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Kombinando com o Cerrado - com Du Cafundó (MT)

  • Foto do escritor: Marília Mattos
    Marília Mattos
  • 5 de jun.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de ago.

05.06.2025 – Sesc Belenzinho - Palco Giratório


Em cena temos uma cortina com nuvens, e um pipa bem lá no alto, trazendo um convite para voar assim que chegamos na sala do espetáculo. Se inicia uma projeção dos artistas na estrada, tentando encontrar um caminho no mapa e seguindo viagem em sua kombi. O vídeo acaba e eles aparecem pela primeira vez, ao que parece, dois palhaços, com uma mini kombi, que segue os transportando numa proposta que nos convida a imaginar a continuação do filme.

De repente um está de colete de trabalhador, e não sabemos bem o porquê que ele interrompe o outro para fazer o mesmo – vestir-se e “trabalhar”. O desconforto é visível, mas ele sede e tenta se enquadrar na situação que gera boas acrobacias e reviravoltas corporais. A dupla segue em se provocar e se apoiar, com uma dinâmica própria de uma boa sintonia a dois. As múltiplas habilidades seguem aparecendo de forma despretensiosa, como se fosse absolutamente comum jogar e pegar 7 objetos lançados ao ar, e mantê-los em movimento.

Novamente a sensação de que algo novo ocorre chega com um grande objeto circular, sendo carregado pelos trabalhadores com algum esforço, até chegarem numa posição que sugere um espelhamento, como se fossem a mesma pessoa. Eles criam o jogo que eles mesmo quebram, e para o deleite do público, compartilham isso a cada nova virada. Se inicia então um apurado processo de descoberta do grande objeto que de completo acidente descontrolado, vai virando um objeto de domínio e acrobacias diante dos nossos olhos de público. A brincadeira é fascinante.

A dupla mistura com delicadeza técnicas circenses apuradas com um enorme carisma – e este também não é uma elaboração técnica? O resultado a gente percebe na gargalhada das crianças presentes, e nas dores que senti em minhas bochechas quando o espetáculo acabou. Eu sorri o tempo todo, sem sequer me dar conta. O final, que retoma o ponto de partida, os palhaços sobem de volta na kombi, e a gente sente vontade se subir com eles.

 
 
 

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